Entrevistado por: Ciro Santana Vieira
Enviado em: 20/09/2004
Olá, meu nome é Ciro Santana Vieira, moro em Santa Catarina, para ser mais exato em Piçarras. Fiz parte de um grupo escoteiro quando tinha uns 12 ou 13 anos e fiquei até meus 17 anos, porém me mudei para estudar e trabalhar, meu primeiro contato foi no último eres que houve foi o que passou de Barra Velha até Navegantes. Hoje trabalho em Itajaí e estou para começar a faculdade em Julho/Agosto, tenho muita saudades de quando começei e principalmente das amizades que fiz. Aaaa, meu grupo se chamava Trilhas e Rumos 35º grupo de SC - não tivemos sorte pois Piçarras é cidade pequena e não tinhamos um número suficiente de integrantes para manter o grupo, eu fui o único integrante que permaneceu do início da fundação do grupo até o final. Passei pelo Escoteiro até chegar a Pioneiro, mais aí eu era o único pioneiro então passei a auxiliar os escoteiros que deveriam ser 6 ou 7 na época e ao mesmo tempo ajudava o chefe Balu com os lobinhos. Fiz o que pude mas não consegui manter o grupo. Até hoje guardo meus destintivos, de 1ª classe, 2ª classe e especialidades. Estava preste a pegar minha lis de ouro, aí então o Balu que era com quem eu apresentava minhas etapas, e me faltava só mais duas ou três que já estava em andamento, o Balu decidiu sair do grupo, pois não havia como manter. Não tinha mais um grupo uniformemente formado, mas não dei as costas para o grupo, mesmo que eu não conseguí ser escoteiro lis de ouro, eu continueu passando tudo o que eu aprendi mesmo que fosse na minha casa ou em um outro lugar, pois eu entendi que o que afastava as pessoas era que por ser um grupo iniciante com as atividades, os chefes buscavam primeiro aprender as coisas e as vezes demorava tanto para passar isto para os lobinhos, escoteiros e seniors que quando passava já era tarde demias, pois a maioria havia desistido de ser escoteiro, eu busquei ensinar logo de cara para quem entrasse como é ser escoteiro, contava as história que havia escutado. Me emocionava e ainda me emociono ao contar a história do escoteiro que num acidente de trêm ajudou todos e deixou sua dor, seu sofrimento de lado para poder servir os outros como se nada havia lhe acontecido, e mesmo na hora em que ele precisou de ajuda ele recusou e falou que um escoteiro caminha com seus próprios pés. Buscava eu, este espirito escoteiro, para conseguir levantar meu grupo, grupo que para mim era mais que uma família, era mais que uma religião, era minha vida. Mas as pessoas não são iguais, muitos saíram pois seus amigos por vergonha talvez de entrar faziam sua cabeça para sair, diziam que era careta e tudo mais, eu fiz apresentações na escola e percebi que para muitos era como um sonho fazer parte de um grupo assim, mas havia seus amigos dos lados que ficavam rindo de mim lá na frente e talvez já pensavam se valeria a pena realizar um sonho e passar pelo que eu estava passando ou continuar com a vontade e pensando como seria se eu fizese parte deste grupo. Os melhores momentos de minha vida foi quando estive no Escoteiro e não vou mentir que quando estavam rindo de mim lá na frente tambem era um dos melhores momentos, não pelo fato de estarem rindo de mim, mas sim pelo fato de eu ter tido a coragem que eles não tiveram e talvez nunca irão ter. Eu sei que fiz tudo que pude para realizar meu sonho. Hoje estou com 20 anos e tenho mais certeza de que fiz a escolha certa na minha vida, aquelas pessoas que estavam rindo de mim quando estive lá na frente, infelismente estão a maioria entregues a droga, jogados nos cantos da cidade com seu cigarro idiota.
Será que se eles buscassem seus sonhos eles estariam onde estão? Será que estariam jogados ai pelos cantos? Acho que eu deveria ter insistido um pouco mais...
Eu busquei meu sonho e o realizei. Agora busquem seus sonhos seja o que ele, e principalmente se ele faz bem a sua família, corra e vá atraz dele. Até hoje sonho em voltar a fazer parte de um grupo escoteiro. Agora estou morando e trabalhando em Itajaí. Um forte abraço para todos.
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