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       Histórias do Vale - Sumiço de escoteiro completa 20 anos

Matéria enviada por:  Chico Pereira - ValeParaibano
Enviado em: 20/06/2005

Vinte anos após o escoteiro Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon ter desaparecido durante uma excursão ao Pico dos Marins, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, a família do rapaz, que na época tinha 15 anos, ainda tem esperança de encontrá-lo vivo.

O pai de Marco Aurélio, o jornalista Ivo Simon, 66 anos, esteve ontem em Piquete e foi até a região onde seu filho desapareceu misteriosamente no dia 8 de junho de 1985. "Foi chocante. Havia 19 anos que não voltava ao local onde ele sumiu. Foi muito doloroso", afirmou.

A tragédia que abalou a família de Ivo também comoveu o país, que acompanhou pela imprensa e pela televisão a busca desesperada por Marco Aurélio. Durante 28 dias, mais de 300 pessoas entre voluntários, bombeiros e equipes especializadas em salvamento e busca na selva vasculharam a região do Pico dos Marins, sem sucesso.

Ontem, Ivo esteve no local acompanhado do guia João Correia da Silva, 71 anos, que participou da equipe de buscas. Mateiro tradicional, ele conhece a dedo toda a região dos Marins, que fica entre Piquete e Itajubá. "Desde 1950, frequento a região e o único desaparecimento que vi foi desse rapaz."

João conta que não encontrou nenhum vestígio de Marco Aurélio ao longo dos últimos vinte anos. "Vou sempre lá e nada encontrei do escoteiro. É um mistério mesmo."

ENIGMA - O desaparecimento misterioso de Marco Aurélio e o fato de não ter sido encontrado nenhum vestígio (roupas ou pertences como faca, cantil ou canivete) transformaram-se em um enigma que alimenta as esperanças da família de um dia ainda encontrá-lo vivo.

Marco Aurélio tinha 15 anos quando desapareceu. Ele havia ido aos Marins em uma excursão de escoteiros do grupo Olivetano, de São Paulo, chefiado por Juan Bernabeu Céspedes.

O grupo chegou em Piquete no dia 6 de junho. Subiram até a base da montanha, onde foram montadas barracas e realizadas diversas atividades próprias do escotismo.

No dia seguinte, os escoteiros começaram a caminhada em direção ao cume do Pico dos Marins. Quando o grupo alcançou a altitude de 750 metros, um dos escoteiros se machucou. Os demais desistiram da subida e decidiram retornar à base.

Marco Aurélio era o monitor da equipe e foi, segundo contaram os escoteiros, designado por Juan Bernabeu a ir na frente em busca de socorro.

O rapaz foi orientado a deixar sinais na trilha para não se perder. Ele partiu para cumprir a determinação do chefe e nunca mais foi visto.

Na época, levantaram-se várias especulações, inclusive a possibilidade de homicídio, mas nada foi constatado.

COMOÇÃO - O desespero da família Simon, principalmente da mãe de Marco Aurélio, Thereza Neuma Bezerra Simon, 66 anos, comoveu a população de Piquete, onde foi montada a base de busca, a ponto de a prefeitura cancelar as festividades de aniversário.

Hoje, Ivo diz acreditar que seu filho não foi morto. Ele questiona também a competência de Juan Barnabeu. "Ele jamais deveria ter agido daquela maneira."

O jornalista reclama também da falta de apoio da União dos Escoteiros do Brasil e agradece a solidariedade que recebeu de todos os cantos do país. "Isso é reconfortante e ajuda a nossa família a ter esperanças de encontrar Marco Aurélio vivo."

Fonte: Chico Pereira - ValeParaibano


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