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       Pais procuram filho desaparecido há 20 anos

Matéria enviada por:  Marinês Campos - Agência Estado
Enviado em: 20/06/2005

São Paulo, 10 (AE) - A polícia desistiu de investigar o caso. E a história do escoteiro Marco Aurélio Simon, que em junho de 1985, aos 15 anos, se perdeu de seu grupo no Pico dos Marins, no município de Piquete, no Vale do Paraíba, está hoje empoeirada no arquivo de alguma delegacia. Mas a família Simon, há 20 anos sem notícia do filho, tem um retrato vivo do rapaz dentro de casa. É pelas mudanças no rosto de Marco Antonio, gêmeo idêntico do irmão desaparecido, que Ivo e Neuma, ambos com 66 anos, acompanham como estaria agora Marco Aurélio, que deveria ter 35 anos, cabelos escuros, 1,68 metro de altura e 70 quilos.

Marco Antonio é a referência dos pais e dos três irmãos, que vivem na zona leste de São Paulo. É ele, também, quem aparece nas fotos dos cartazes que procuram pistas do irmão e quem, depois de esgotadas todas as alternativas de busca, se dispõe a ser analisado - e até hipnotizado por alguns paranormais.

O jornalista Ivo e a mulher não acreditam na morte do filho desaparecido. "Em nenhum momento eu considerei meu filho morto", diz Neuma. Foi em 8 de junho de 1985 que Marco Aurélio, acompanhado de mais quatro escoteiros e do guia Juan Bernabeu Céspedes, saiu de casa para uma excursão ao Pico dos Marins. Quando o grupo subia o morro, um dos garotos torceu o pé e Juan decidiu mandar Marco Aurélio de volta na trilha, em busca de socorro. A partir desse momento, o garoto nunca mais foi visto.

Durante 28 dias, policiais civis e militares vasculharam o pico a pé e com helicópteros. Nenhum corpo, nenhum pedaço de roupa ou rastro na terra foram achados. "A polícia procurou tão bem que um soldado perdeu uma faca no meio do mata e, na busca do dia seguinte, ela foi encontrada. Mas não houve pistas do meu filho", diz a mãe.

Arquivos secretos - A família percorreu o País em busca de todo tipo de notícia que chegava de Marco Aurélio. Certa vez, um delegado perguntou se os pais acreditavam em discos voadores e sugeriu que fossem a Brasília e falassem com um general da Aeronáutica, conhecedor de fenômenos extraterrestres. O general disse que podia comunicar-se com ETs por telepatia. Os pais disseram a ele que pedisse aos ETs a devolução do filho. Nunca houve resposta.

Agora, Ivo e Neuma pensam em voltar a Brasília. Souberam que o governo está abrindo seus arquivos secretos sobre fenômenos ufológicos. Também buscaram conforto em sessões espíritas, templos budistas e terreiros de candomblé. Ainda foram a Uberaba, falar com o médium Chico Xavier, morto em 2002. O médium os atendeu e, depois de uma sessão em que recebeu mensagens de espíritos, revelou: "Com pessoas vivas, não tenho o poder de me comunicar."

Os pais dizem que nesses 20 anos tiveram todo tipo de experiências, boas e más. Mas o que ficou marcado foi a solidariedade: pessoas do País inteiro enviaram palavras de conforto. A família pede que qualquer informação sobre Marco Aurélio seja enviada para o e-mail simon@simonpress.com.br ou para o telefone 181 do Disque-Denúncia.


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