Matéria enviada por:
Loester T. Garcia
Enviado em: 14/03/2002
Os instrumentos náuticos são uma peça fundamental na arte de navegar. A sua finalidade é básicamente obter a posição da embarcação de modo a permitir uma navegação segura. Outros são apenas auxiliares ou complementares desses instrumentos não sendo por isso de desprezar. Modernamente a electrônica, pela sua facilidade e viabilidade, impôs-se e quase nos faz esquecer o difícil percurso da descoberta e aperfeiçoamento dos instrumentos usados pelos pioneiros da arte de navegar dos quais os portugueses se podem orgulhar de também terem contribuído. Os problemas que se puseram sobre a latitude e longitude deram um grande impulso ao aperfeiçoamento e descoberta de novos intrumentos. Ainda hoje em dia há quem tenha de recorrer a essas relíquias, não só como distração de bordo, mas também como recurso perante as avarias e falibilidade da moderna aparelhagem. Ampulheta: relógio de areia constituído por dois recipientes cónicos de vidro unidos pelo vértice de modo a deixarem correr a areia de um recipiente para o outro num determinado periodo de tempo. Anemógrafo é um aparelho que serve para medir a intensidade do vento. O astrolábio marítimo era usado para determinação da altura dos astros sobretudo a do Sol. Feito em ferro, a rodela graduada era suspensa por um anel e apontado pela alidade de modo a poder-se tomar a altura deste. Balestilha: usada para medir a altura dos astros era composto por uma vara de secção quadrada onde deslizava uma outra na perpendicular. Entre nós só as estrelas eram medidas com este instrumento sendo o Sol tomado com o astrolábio. Barquinha: aparelho destinado a medir a velocidade de um barco. Um sector de madeira preso por um cabo que, marcado com nós espaçadamente, deixava-se correr por um determinado período de tempo. Daí o name de nó atribuído à unidade de velocidade de uma embarcação. Binóculo: no século XVII o padre Reitha, um investigador alemão, uniu duas lunetas a que chamou binóculo. Hoje em dia são acrescentados prismas e azoto de modo a melhorar-se a qualidade da luz que atravessam as lentes, havendo mesmo tipos de binóculos onde não é preciso fazer sequer a focagem do objecto. Bússola: não se sabe bem a origem mas pensa-se que a sua utilização na Europa veio através dos Árabes que tiveram conhecimento dela a partir dos Chineses. Bússola Solar: usada pelos Vikingues para orientarem os seus knarr, este disco em madeira tinha pequenas incisões nos bordos e uma haste vertical ao centro. Carta Náutica Compasso, Esquadro, Réguas Paralelas: desde os Portulanos até às modernas cartas digitais o objectivo é o mesmo. Conhecer as áreas de navegação, costas, portos de abrigo e distâncias entre pontos. Usando alguns instrumentos associados traçam-se os rumos, calculam-se distâncias e marca-se o ponto. Cronómetro Marítimo: intimamente ligado ao problema da longitude o cronómetro, foi apresentado por John Harrison em 1735 e permitiu finalmente meios para a obtensão da longitude no mar. Decca: sistema hiperbólico de radiolocalização constituído por um grupo de estações que emitem com rigoroso sincronismo de fases, na mesma frequência. Diário de Bordo: não será própriamente um instrumento mas um precioso e indispensável auxiliar de navegação onde os registos aí anotados permitem não só refazer um rumo ou uma posição como também a história da viagem e da vida a bordo. Giroscópio: aparelho que contém um sólido ao qual se imprime uma grande velocidade em torno de um eixo suspenso num sistema do tipo Cardan permitindo conservar invariável a direcção desse eixo em movimento. Foi, entre outros instrumentos, usado na bússola-giroscópia. Goniómetro: é todo o instrumento que mede distâncias ângulares bússolas, sextantes, taxímetros, etc.. No entanto queremos referir aqui o Rádiogoniómetro que é um receptor de sinais emitidos com o fim de se determinar azimutes. GPS: o mais avançado e moderno sistema de posicionamento. A partir de sinais enviados pelos vários satélites do sistema, este aparelho pode determinar com grande precisão um ponto. Os russos têm o GLANOSS enquanto o GALILEU será em 2008 o sistema europeu. Inclinómetro: o nome diz quase tudo. Com este instrumento verificamos a inclinação lateral de um barco. Kamal: instrumento composto por uma tábua e um fio com vários nós usado pelos pilotos árabes do Índico para medir a altura dos astros. Loran: abreviatura de Long Range Navigation, que é um sistema de localização do tipo hiperbólico que tem por base a medida do intervalo de tempo com que são recebidos sinais sincronizados por estações terrestes. Meteorológicos Barómetro, Catavento, Higrómetro, Termómetro: em navegação a previsão das condições do tempo é de extrema importância. Nos barcos à vela a direcção e intensidade do vento são primordiais para se poder tirar o maior rendimento possível. Estes instrumentos ajudam não só durante a navegação mas também na previsão. Nocturlábio: instrumento que se destinava a ler a hora recorrendo ao movimento das estrelas. Octante: foi o primeiro instrumento de dupla reflexão. A partir de uma ideia de Robert Hooke, em 1731 John Hadley apresentou este instrumento capaz de ler ângulos até 90. Óculo ou Luneta: foi Galileu que no séc. XVII aperfeiçou a luneta e mostrou a sua utilidade. Se bem que usado primeiramente para observações astronómicas foi rápidamente adoptado noutras áreas e claro na navegação. Parece que a primeira foi fabricada em Itália em 1590 por um fabricante de lentes. Odómetro: aparelho que permite medir a velocidade do barco sobre a água. Prumo: serve para medir a altura da maré e para saber o tipo de fundo. Quadrante: mais antigo que o astrolábio o quandrante náutico também servia para tomar alturas do astros. Radar: é um aparelho que emite ondas que são depois reflectidas num objecto e detectadas por um receptor. Este mede o intervalo de tempo entre a emissão e recepção do sinal calculando assim a distância até ao objecto. Roteiro: É também um auxiliar à navegação e contém informação sobre um zona, tal como ventos, correntes, marés, perigos variados, etc.. Sextante: aperfeiçoamento do octante, este aparelho, ao contrário daquele, consegue ler ângulos até 120. Sonda: as sondas electrónicas além da altura da maré já permitem também obter uma visão tridimensinal do fundo. Star Finder ou Identificador de Estrelas: composto por um ou vários discos para uma gama de latitudes, a norte e sul, mostra-nos as posições das estrelas no céu para qualquer hora do dia e periodo do ano. Tabela de Marés: pode-se considerar uma ajuda à navegação e permite prever e calcular as alturas da maré para uma determinada hora e local. Lembremo-nos que as amplitudes, dependendo do local, podem variar até cerca de 15 metros. Tabelas Náuticas ou Almanaque: estas tabelas são editadas anualmente e têm informação sobre alguns astros Sol e estrelas mais importantes, Lua e planetas para todos os dias e horas do ano, informação essa essêncial para o cálculo do ponto a partir da hora e altura do astro medido. Tábuas de levar as estrelas: antigo instrumento que os chineses usaram em navegação para se orientarem pelas estrelas. Taxímetro: este aparelho permite tirar azimutes relativamente à direcção do navio. Normalmente está graduada de 0 a 180 alinhando o 0 com a proa do navio. Telémetro: instrumento óptico que serve para medir distâncias. Conhecendo a distância entre dois pontos os ângulos formados para o terceiro permitem geométricamente obter a distância a este último.
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