Preservar é preciso, mas o que isto significa | |
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Matéria enviada por:
Renata Vieira Conde
Enviado em: 10/08/2002
Constantemente o mundo nos coloca na condição de conservadores e nos alerta sobre a importância da preservação... Em princípio sempre pensamos que estamos apenas sendo convidados ou até mesmo convocados a preservar algo comum à nação, como a natureza, por exemplo. Mas, sinceramente, nunca soube ao certo o que deveria ser continuamente preservado nessa vida...
Ao longo de toda minha história ouvi muitos relatos de meus avós e de meus pais sobre como vivenciaram sua juventude. Sempre ouvi muito sobre as tradições familiares, as boas condutas e todo o controle que havia na relação de namorados e namoradas por parte dos pais naquela época. Aliás, até agora, meus familiares foram uns dos que mais me ajudaram a melhor entender o real significado dos verbos preservar e conservar.
Toda vez que me contavam uma de suas histórias do passado, eu sempre podia acompanhar o nítido contraste que se formava em minha mente ao comparar a nossa atual situação com a que meus pais e avós viviam.
É tão incrível como nossa sociedade tem uma tendência enorme à não preservação, quando preservação é um dos assuntos mais discutidos... Talvez você ainda não esteja entendendo o que eu quero dizer, mas certamente entenderá a partir do momento em que compreender que preservação, de um modo geral, deve começar de dentro para fora...
Que princípio de conservação é esse que não sustenta a conservação do respeito à figura humana? Que onda de conservação é essa que não assegura uma certa estabilidade social para todos? Onde está a conservação da paz, da vida?! E a preservação da cidadania e da irmandade? Isso tudo vem a representar somente o início de uma longa cadeia de motivos pelos quais a preservação vem sendo um tema tão debatido, mas tão pouco executado com eficácia. Quando olhamos e analisamos a condição e a situação humana com relação à preservação da boa convivência e da educação entre as pessoas, nos tornamos mais aptos a compreender ou, até mesmo, a enxergar o porquê de estarmos vivenciando um colapso ambiental tão grande.
Enquanto o homem não aprender a preservar o que é bom e necessário para sua própria vida, será muito difícil haver, de uma forma eficaz, a efetuação em massa da conservação de bens coletivos. É válido lembrar que coletivo não deveria ser encarado como sendo somente a natureza, mas também o meio urbano, que é coletivo a todos, afinal, somos nós quem o construímos e modificamos. Mas será que até mesmo, o que nós mesmos construímos e modificamos, anos após anos, com o suor do nosso trabalho e de nossos impostos, temos mantido de forma preservada e devida?!
Torna-se também, mais que claro, o porquê de ser tão difícil conservar energia neste momento de crise energética enfrentada pelo país; e o porquê de ser tão difícil conservar o ar puro, as águas limpas e a terra livre de agrotóxicos...
Felizmente, o homem perceberá que o dinheiro não é comestível a tempo de resgatar o seu sentimento próprio de cidadania, que aparentemente tem permanecido aprisionado nas garras da extinção.
Felizmente, um dia, o mundo perceberá que preservar é realmente preciso!?
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